MC MELODY ESCANCARA COMO EROTIZAÇÃO INFANTIL ABRE PORTAS PARA A PEDOFILIA

O vídeo é chocante. O pai chama a menininha ao palco e instiga a plateia a ovacionar a "novinha". Na sequência, a garotinha, de OITO ANOS, dá início a uma sequência absurda de dancinhas sensuais, que botam a de Giovana do forninho no chinelo. Mc Belinho, pai de Mc Melody, vem sendo alvo de uma campanha nas redes sociais, que o acusa de explorar a filha. O jovem funkeiro, de 27 anos, se defende, diz que estão todos contra o funk, e que é muito bonitinho a filha fazer o que faz. "Ela tem muito talento", acredita o pai.
Pode parar, senhor Belinho. Não tem nada a ver com funk. Quem viveu pra ver a meninada dançando na boquinha da garrafa, no auge do axé, sabe que o problema está longe de ser uma crítica a este ou àquele gênero musical.
O que está em questão é essa erotização precoce. No caso de Mc Melody, o problema se agrava na medida em que a exposição da garota está gerando lucros para quem deveria zelar por sua infância.

Um dos principais críticos de Mc Belinho é o autointitulado militante de direita Renato Oliveira (conhecido por apoiar Jair Bolsonaro durante o programa de Jô Soares). Independentemente das posições radicais que Oliveira possa ter, na batalha contra a erotização infantil é difícil discordar dele.
"Todo problema tem causa. Toda causa tem nome. Erotização Infantil é o problema;Funk, sertanejo, rapp, forró, pagode e etc não são a causa. Os nomes das causas são: IRRESPONSABILIDADE, NEGLIGÊNCIA, GANÂNCIA...", declara Oliveira em seu facebook.
O rapper Nemo também entrou na briga. Fãs solicitaram que ele fizesse uns versos para a menina, mas, ao se deparar com os vídeos de Mc Melody, o compositor ficou horrorizado com o que viu. "Vocês pediram, eu atendi. Esta é minha opinião sobre a Mc Melody e quem está por trás disto. Espero ter contribuído com o meu ponto de vista...", disse, em um vídeo no qual condena a exploração da menina.
É impossível não ver que esse tratamento erotizado dado às crianças atiça a pedofolia. Uma coisa leva a outra, sem falar na molecada que começa a vida sexual cada vez mais cedo, engordando as estatísticas de meninas que engravidam em bailes funk, de jovens que abrem mão da camisinha, e gerações que perpetuam o equívoco, sendo avôs com pouco mais de 30 anos.
Isso sem falar, é claro, nos inúmeros casos de ataques a crianças que aparecem, cada dia mais, dentro das famílias... São pais, avós, tios, padrastos assediando, agredindo e destruindo a infância daqueles que deveriam proteger.
É uma sucessão de erros. Dar às crianças o direito à infância é básico, uma infância que as proteja do assédio, e não que as coloque na boca do lobo. Não há dinheiro, senhor Belinho, que pague o tempo de inocência de sua filha Melody.
Como todos os que não conseguem ter argumentos razoáveis, Mc Belinho apela para o recalque dos outros para defender sua posição. Não, querido, não é recalque. É zelo, cuidado, responsabilidade.